segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mais um fim de semana

Sábado à noite, uma rua qualquer, multidão, uma pessoa qualquer, um crime qualquer. Um a mais, uma a menos.
Domingo de sol e a rotina continua: almoços com a família, bebidas, som alto, nenhum vestígio,a mancha de sangue a chuva apagou, mas se não o fizesse, estaria simplesmente compondo a paisagem.
Nenhuma palavra ou nota no jornal, nem entrou para as estatísticas. Quantos mais terão deixado de entrar também? Talvez poucos comentários, como algo distante, ou pior, extremamente cotidiano, mas distante. Temos superado rápido demais. Se conformado. Resignado. 
Ela tinha 19 anos, mal sei seu nome ou história de vida. Sim, ela tinha uma, embora não pareça...
Não. Reticências não. Ponto FINAL.



"Desligo a TV pra quê as crianças não achem normal todo dia matar, morrer e sobre o futuro o que vou dizer? Alguém aqui acredita que não tem nada com isso? Quem é que joga os dados?..." (Zélia Duncan)

Um comentário:

  1. Estamos perdendo a nossa capacidade de indignação diante de tantas modalidades de violência presentes em nossa cotidiano, inclusive o homicídio.

    Essa narração que você faz nos remete a um questionamento que, creio, seja imprescindível fazermos todos os dias, a nós mesmos:

    O que esperar de uma sociedade na qual o individualismo está se tornando o seu principal traço característico?

    Parabéns pelo belo texto!

    Abraço,

    Verbena Córdula

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