segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Importante

Repassando ...

Caros amigos,

Acabamos de saber que foi protocolada e registrada, no Supremo Tribunal Federal, a Ação de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO 11) proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicação e Publicidade - CONTCOP.

O Objetivo dessa ADO é chamar a atenção da sociedade civil e dos órgãos do Estado para o fato de que, 22 anos após a promulgação da Constituição vigente, alguns dispositivos constitucionais - no caso, referentes aos meios de comunicação de massa, imprensa, rádio e televisão - ainda carecem de regulação por lei.Três pontos são especialmente relevantes :

1- a garantia do direito de resposta a qualquer pessoa ofendida através dos mcm;

2- a proibição do monopólio e do oligopólio no setor;

3- o cumprimento, pelas emissoras de rádio e tv, da obrigação constitucional de dar preferência a programação de conteúdo informativo, educativo e artístico, além de priorizar finalidades culturais nacionais e regionais.

Como é evidente que tais propostas não interessam aos proprietários dos mcm, a divulgação dessa notícia e o consequente acompanhamento do processo ficam na dependência das campanhas das centrais sindicais, de grupos de pressão sobre o Congresso Nacional e ,sobretudo, da divulgação nos sites e nos blogs comprometidos com as práticas democráticas.

grande abraço,

Fabio Konder Comparato

Maria Victoria de Mesquita Benevides


By Augusto Sá

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O que é ser repórter?

Em casa assistindo o jornal da Record. A matéria? A tragédia no Rio de Janeiro. Mais especificamente as crianças que ficaram órfãs por conta da tragégia. A repórter - vou ficar devendo o nome da bendita criatura, o fato me chocou tanto que me bloqueou - se aproxima de uma menina de quatro anos e pergunta a ela pela mãe e depois, ainda para a menina: E agora?
...
Sem comentários ( os adjetivos que me vieram à mente sobre ela são impublicáveis)!

Do que dá para prevenir

O mundo inteiro está voltado para a tragédia que se abateu sobre o Rio de Janeiro. Agora o interior de São Paulo se mostra apavorado diante do risco da história se repetir por lá - ainda que em menor proporção. 
Sem intenção alguma de gerar pânico, pergunto-me se o prefeito João Henrique está pensando na possibilidade de começar um trabalho de prevenção em Salvador. Particularmente duvido muito (espero MESMO, estar errada)! Afinal de contas, é verão! Salvador fervilha com o turismo e a consequência disso é "maquiar" os pontos turísticos.
Tento imaginar o que se passa na cabeça de certos governantes. Será que algo como: "Nas encostas, ribanceiras, córregos, chuva, buracos, pensa-se depois. Quando estiver mais perto! Estamos em Janeiro ainda, não me venham com essa conversa de inverno. Vamos à praia. Ficam sofrendo antecipado. "Basta a cada dia o seu mal"".
A prefeitura de Salvador foi uma das capitais que teve problemas com a prestação de contas ao governo federal. Portanto, se tiverem que - que alguém nos livre disso, ainda que seja São Pedro - recorrer ao "estado maior", para consertar os prováveis prejuízos, a dívida vai aumentar.
O Banco Mundial vai liberar o valor de US$ 485 milhões ( http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/01/20/apos-nove-dias-do-desastre-no-rio-numero-de-mortos-pode-aumentar.jhtm) para reconstruir as cidades do Rio. Ou seja, paga-se muito pra remediar o que não foi "prevenido" - salientando que estes são "apenas" os danos materias, as vidas estão extintas para sempre - essa máxima vale para todo e cada lugar desse país governado por amor ao dinheiro e só! 
Ainda dá tempo, viu João?!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Estava no segundo semestre na Faculdade e uma das disciplinas que compunha a grade era Antropologia. Por pura ignorância, do que ouvia falar, me parecia algo tão distante que me questionava sobre o conteúdo a ser trabalhado.

No primeiro dia de aula, todos aguardavam o professor, ainda desconhecido por nós, e eis que entra na sala um senhor baixinho, de pele clara, magrinho, de fala mansa e aparência frágil (ainda não sabia que era um gigante!). Se apresentou como Sebastião Héber. O silêncio tomava conta da sala. Perguntou o nome de cada um dos alunos e explanou sobre a disciplina que coordenaria – sempre frisava que o aprendizado é recíproco e que todo mundo tem algo a ensinar. Nascia minha simpatia, depois admiração por ele.

Este dia é absolutamente nítido na minha mente! Contou-nos um resumo da sua vida, sua origem e formação, que era extensa! Títulos e publicações reconhecidas por instituições e pessoas “nomeadas”. Ainda assim, contava de forma humilde e, talvez com receio de ser mal interpretado, pontuou que relatava aquilo pra que nos incentivar a continuar estudando. “Estão no segundo semestre e chegar ao doutorado parece longe e difícil demais, mas não é. Eu nunca parei de estudar e ainda vou fazer o pós-doutorado. Estudar é um processo contínuo, não da vontade de parar.”

Foi o que mais me surpreendeu! Um homem daquela idade e falava de estudar com uma empolgação de quem acaba de entrar na graduação. Contei isso para minha filha e todos os meus amigos. Era contagiante demais! Sempre quis entrar na faculdade e achava tão distante de mim, sabia as dificuldades que teria ao longo do curso... Definitivamente era uma lição!

Sempre fui expansiva e raramente uma apresentação a determinados públicos me deixam aflita. Na segunda unidade, quando teríamos me apresentar um seminário, me empenhei o máximo: Pesquisei e estudei o assunto com afinco! Nenhum receio de ter nota baixa, perder na matéria ou nada trivial assim. Queria é que ele visse o resultado do seu trabalho. Queria fazer jus ao seu exemplo. Estava completamente nervosa!

Eu e os colegas arrumávamos a sala para o trabalho e como precisávamos escrever algumas coisas no quadro, fui buscar um piloto na coordenação. Matheus tinha me acalmado, mas encontrei Sebastião e ele, sabendo que era o dia da minha equipe se apresentar, disse que então tinha certeza que veria uma boa apresentação! O nervoso voltou! Como não? Era pra ele assistir...

Semestres passaram e os encontros com ele eram sempre carinhosos. Nos tratávamos como: “Meu professor querido” e “Minha querida” entre abraços afetuosos.

Ele se foi, mas as lições ficarão. O exemplo do respeito à diversidade, o reconhecimento e propagação de que a origem dos conhecimentos está na mais humilde das pessoas.

Me dá um certo consolo, saber que sempre o admirei, que tive chance de dizê-lo e disse.

Tem gente que passa e gente que FICA! Você continua aqui, meu professor querido!!!