quarta-feira, 28 de julho de 2010

Divagações sem número

Diariamente muitos de nós se comporta como se nada tivéssêmos a ver com a vida do outro. Então acontece um atropelamento e o trânsito é alterado, muitas pessoas ficam presas num engarrafamento; policiais ou rodoviários entram em greve e um estado de pânico ou revolta toma conta de todos; uma criança é abusada e há uma comoção geral...
Infelizmente, muitas vezes esse tipo de fato são os únicos gatilhos que nos despertam para a realidade de que vivemos em sociedade e isso faz de nós "co-dependentes". Coisas assim nos joga na cara a  lei do retorno e da cumplicidade que, se não existe, deveria ser revista, pois "estamos todos no mesmo barco".
O motivo que nos levou a viver em comunidade não foi o espírito de sobrevivência? Aquele que conta com a ajuda mútua para a proteção, preservação e perpetuação da espécie? O que aconteceu? Não precisamos mais? Aonde foi que nos perdemos?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Fim da resistência

Resistí o quanto pude em falar sobre o assassinato de Eliza Samudio, mas minha resistência chegou ao fim! O que parece não acabar é o interesse mórbido das pessoas por essa história de horror! 
Mais uma vez assistimos a uma avalanche de informações levianamente publicadas, detalhes desnecessários que em nada contribuem para a elucidação do crime (que deveria ser o objetivo) e punição para os culpados. Novamente a imprensa se acha no direito de julgar, condenar e explorar tudo em volta priorizando, tão somente, a venda de jornais, revistas e um alcance por maior audiência em seus programas de rádio e tv. Eu, também repetidamente, me refiro ao "Caso Escola Base". Como alguém já disse: "Não aprendemos nada com esse caso".
Penso que tão perverso quanto o crime em si é essa exploração impiedosa da dor alheia...
Àqueles que acompanharam o "nascimento" deste blog, sabem da minha crise no que se refere a ser ou não jornalista. Há uma distância tão grande entre os valores que aprendo na sala de aula e a prática que vejo por aí, que muitas vezes me parece intransponível!
Daí vem um misto de pretensão em continuar para, ao menos, tentar fazer diferente, com a sensação de que serei engolida...
Pior é saber que com esse ritmo de detrimento de valores que a sociedade vem tomando, matéria-prima é que não falta.
"Por que aprendemos tão cedo a rezar?..." (O Rappa)  

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sobre perdas

" Brasil ficou entre 8 melhores do mundo no futebol e ficou triste. É 85º em educação e não há tristeza."


                                                                                                                           Cristovam Buarque

terça-feira, 6 de julho de 2010

A dúvida sobre o "Dia D"

É do senso comum que a única certeza que temos na vida é o fato de que morreremos. Portanto, as dúvidas são: Quando? Como? Por que? O que vem depois? 
Muitos acreditam que "cada um tem sua hora", que a morte "só procura uma desculpa" e assim vai.
Eu ainda me encontro apenas com a certeza do fim físico, tudo o mais são questionamentos. Dentre eles, menos filosófico e bem mais prático, é se alguém aos 49 anos de idade, (que por sua faixa etária tem probabilidade de ter determinadas doenças,vistas até certo ponto como "causas naturais", que pode ser fruto de descuidos com o próprio corpo: ausência de exercício, má alimentação, estresse, hereditariedade),  inclue em meio à especulação de como morrerá, as tragédias sociais que vivenciamos diariamente? Até então só sei de Caetano: "Sei que adiante, um dia vou morrer de susto, de bala ou vício..." Morrer baleada nas costas enquanto exerce uma atividade tão cotidiana quanto andar nas ruas fazendo compras, certamente não é natural ou normal. Desejo que não se torne, um ou outro, por força da repetição.


Tiroteio e pânico na Av. Manoel Dias

http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=52543