sexta-feira, 16 de julho de 2010

Fim da resistência

Resistí o quanto pude em falar sobre o assassinato de Eliza Samudio, mas minha resistência chegou ao fim! O que parece não acabar é o interesse mórbido das pessoas por essa história de horror! 
Mais uma vez assistimos a uma avalanche de informações levianamente publicadas, detalhes desnecessários que em nada contribuem para a elucidação do crime (que deveria ser o objetivo) e punição para os culpados. Novamente a imprensa se acha no direito de julgar, condenar e explorar tudo em volta priorizando, tão somente, a venda de jornais, revistas e um alcance por maior audiência em seus programas de rádio e tv. Eu, também repetidamente, me refiro ao "Caso Escola Base". Como alguém já disse: "Não aprendemos nada com esse caso".
Penso que tão perverso quanto o crime em si é essa exploração impiedosa da dor alheia...
Àqueles que acompanharam o "nascimento" deste blog, sabem da minha crise no que se refere a ser ou não jornalista. Há uma distância tão grande entre os valores que aprendo na sala de aula e a prática que vejo por aí, que muitas vezes me parece intransponível!
Daí vem um misto de pretensão em continuar para, ao menos, tentar fazer diferente, com a sensação de que serei engolida...
Pior é saber que com esse ritmo de detrimento de valores que a sociedade vem tomando, matéria-prima é que não falta.
"Por que aprendemos tão cedo a rezar?..." (O Rappa)  

5 comentários:

  1. ...e quantas outras pessoas já foram assassinadas nesses dias! Nós nem ao menos ouvimos falar delas. Elas não estavam ligadas à fama e portanto não eram interessantes para provocar o interesse da massa. Infelizmente é o próprio pono que alimenta a mídia.
    Sua indignação é a minha e a de qualquer pessoa sensivel que tem a capacidade de sentir a "dor dos outros". Bjs

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  2. rapaz...realmente está demais isso e nós sabemos que não há finalidade pública nessa atitude da mídia (infelizmente), a intenção é ter ibope e mais dinheiro (vender mais). Em relação a Escola Base, dá para notar que a imprensa está tomando mais cuidado ao se posicionar, mas não vamos ser bozinhos de pensar que é porque "quem tem que julgar é a justiça". O objetivo do cuidado, na verdade, é visar seus próprios interesses e não falir um meio de comunicação com processo judicail por causa de um julgamento precipitado.

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  3. Escolho as notícias que vejo e leio, me sinto mal diante da falta de humanidade, "Porque aprendemos tão cedo a rezar?" Deveríamos falar diretamente com Deus, aquela oração que vem do coração, palavras faladas somente por você ao Pai.
    Jefhcardoso do
    http://jefhcardoso.blogspot.com

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  4. Jeferson, obrigada pela visita e comentário.
    "Cada um, cada um..."

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  5. Amiga essa é a nossa existência. A sociedade dita regras, dita até o que devemos ler ou assistir na TV. A existência é uma constante fuga dessas crises que essa sociedade exploradora nos faz passar. Para Émile Durkheim a Sociedade é que é o verdadeiro deus, pois é ela quem dita as regras para a vivência em comunidade, desde o nascimento até a morte.

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