quarta-feira, 22 de maio de 2013

De volta





O Instituto de Radiofusão Educativa da Bahia - IRDEB promoveu durante os dias 20, 21 e 22 de maio o 
" Seminário Comunicação, Infância e Adolescência - A relação das crianças pré-adolescentes e adolescentes com os diversos espaços comunicativos como a rádio convencional e a rádio web". 
Estiveram presentes no evento organizações não-governamentais, educadores, artistas, estudantes, jornalistas, representantes de comunidades quilombolas, autoridades estaduais, jovens, crianças, sobretudo cidadãos. 
A proposta era ouvir as demandas daqueles que trabalham direta ou indiretamente com os futuros ouvintes, além dos próprios representantes ali presentes, sugestões para a constituição de uma rádio infanto-juvenil. 
Houve contribuições valiosíssimas as quais destaco a Professora Lídia Ortélio que encantou a todos com sua defesa à brincadeira, os questionamentos da postura do estado de direito feito pelo jovem comunicador, Enderson Araújo, a educadora Ana Oliva que cumpria seu papel como tal, além de mãe cuidadosa, falando em defesa da primeira infância e o depoimento emocionante de Marina Barbosa, atuante pelo  movimento do "Protagonismo Juvenil no Quilombos"e de estudante do 4º semestre de medicina na UFBA.
Todas as colocações absolutamente pertinentes, ainda que, aliás, ainda bem que, houvesse divergência sobre alguns pontos ou pelo menos na forma como eram colocados. 
Uma jornalista recém-formada e futura professora, assistia, ora aceitando, ora discordando do rumo dos debates. O que mais a incomodava era a infeliz impressão de que somente ela achava tudo aquilo um absurdo! Estávamos falando que crianças devem brincar, pais educar, professores orientar, estudantes estudar, comunidades terem energia elétrica e escolas, policiais fazerem abordagens de forma respeitosa, jovens terem voz, professores serem valorizados, a mídia contribuir para a disseminação de informações construtivas...
E por que, ela que comunga de todos esses desejos, não estava feliz? 
Por que discutíamos obviedades. Por que a cada consideração feita e acordada por todos ou pela maioria, mais se expunha os nossos atrasos, as nossas faltas, falhas, falácias, vergonhas...
A luta comum ali não era por projetos de benfeitorias, por avanços das conquistas, por ampliação de horizontes, por exportação de modelos educacionais, pela cereja do bolo, por um recheio mais incrementado. O cenário era composto por guerreiros brigando para garantir pão e água...
Dentro DESSE contexto, a iniciativa foi muito válida! A cidadã-jornalista acredita em ações individuais e, principalmente, coletivas. Ela vibra, questiona, procura saber como contribuir efetivamente, escreve textos assim com a esperança de não precisar mais fazê-lo. Torce pra que essa pauta seja "fria", que os suprimentos venham, que os nutridos se fortaleçam  e as fronteiras avancem ou sejam apenas imaginárias.
Lídia Ortélio rompeu várias delas quando, ao cantar canções de ninar, cantigas de roda, remeteu a todos os presentes uma lembrança de doçura, propôs uma volta à simplicidade.
Convite aceito!




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