sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Jornalismo que realmente me seduz é o Opinativo. Por isso quando a professora propôs a construção e manutenção desse blog tive receio apenas de não ter inspiração suficiente para publicar aqui, pelo menos,  um texto por semana. Mas diante de tantos acontecimentos bizarros nesse mundo, país, estado e sobretudo, nessa cidade...haja blog e leitores!
Essa semana, a dificuldade foi escolher a notícia que comentaria. E diga-se de passagem, uma mais absurda que a outra:
"Polícia encontra cocaína e dinheiro em fraldas" (Vitória daConquista) - A Tarde 21/05/2010
"Estudante acusada de roubo é espancada" (Salvador) - Correio da Bahia 21/05/2010
"Estudante morto na porta da escola" (Itabuna) - Tribuna da Bahia 21/05/2010
Dentre estas e tantas outras "fontes de inspiração", a escolhida foi: "Barracas de praia são demolidas em Salvador" - Todos os jornais de Salvador 18/05/2010.
Cerca de 89 barracas foram demolidas. Famílias inteiras que sobreviviam desse comércio estavam desolados ao virem o produto dos investimentos de uma vida inteira serem destruídos em minutos. A TV, agindo de forma absolutamente previsível (é o seu perfil atual), explorava a imagem das pessoas, chorando desesperadas a perda do único bem. Um dos argumentos defendidos pela Prefeitura foi a comparação com outras orlas do país, a qual nos dava o triste título de "pior orla do Nordeste". Acabei de ler o livro "Caso da Escola Base"  e procuro colocar em prática o que absorví dos cuidados que que os jornalistas devem ter com as palavras, então...
Não conheço outras orlas, senão a soteropolitana. Portanto, essa comparação pra mim não tem validade. Concordo, porém, que existe abuso por parte de muitos barraqueiros na exploração do espaço, inclusive privando os banhistas que optam por ficar na areia, às vezes por falta de recurso para "contratar" os serviços de mesas e cadeiras.
Também sou a favor de uma organização das referidas barracas, até por uma questão de cuidado ambiental, e não somente, estética da cidade. Mas, a falta de tato e educação, pra dizer o mínimo, das autoridades para com esses TRABALHADORES é incompreensível! Foram tratados como marginais, leia-se marginais julgados e condenados, pois todos são INOCENTES até que se prove o contrário. 
Há que se rever a forma como as leis são cumpridas, como os cidadãos são tratados. Por enquanto, há uma tolerância demasiadamente passiva e até irritante por parte dessas pessoas, mas, até quando?  
Bem, segundo o prefeito, nenhum dos barraqueiros ficará desassistido pois já existe o novo projeto orla onde serão serão construídas novas barracas mas agora numa quantidade "INFINITAMENTE MENOR"*... que matemática é essa?


*Entrevista do Prefeito João Henrique concedida a Mário Kertész na Rádio Metrópole em 21.05.10

http://www.radiometropole.com.br/noticias/index_noticias.php?id=VFdwck1rNTZXVDA9

   

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